Monitorização Intraoperatória

A monitorização neurofisiológica intraoperatória (MIO) consiste na utilização de métodos eletrofisiológicos como eletroencefalografia (EEG), eletromiografia (EMG) e potenciais evocados motores e sensitivos para monitorar a integridade de estruturas neurais específicas (ex. porções do cérebro, medula, nervos periféricos) durante cirurgias que as coloquem em risco.

Pode ainda ser utilizada como uma ferramenta de localização e verificação de integridade funcional em situações em que há distorção da anatomia (ex. mapeamento cerebral ou de cordões posteriores da medula nas cirurgias para tumores).  O objetivo da MIO é, portanto, reduzir o risco de lesão ao sistema nervoso e/ou prover orientação funcional ao cirurgião e ao anestesista. 

(Adaptado de: http://emedicine.medscape.com/article/1137763-overview)

Técnicas Utilizadas

Eletroencefalografia, Eletrocorticografia e Estimulação Elétrica Cortical

São métodos que permitem acompanhar, em tempo real, a atividade elétrica cerebral, identificando desvios fisiológicos ou patológicos e provendo informações em tempo real destas alterações para o cirurgião e anestesista.

Registros eletroencefalográficos são obtidos pela aplicação de eletrodos no couro cabeludo. Em certas situações pode ser necessária a aplicação de eletrodos de agulha. Já os registros de eletrocorticografia são obtidos pela aplicação de malhas de eletrodos diretamente sobre o córtex cerebral.

A estimulação elétrica cortical é considerada o padrão para a identificação de áreas do cérebro cuja ressecção poderia ocasionar déficit neurológico no pós-operatório (ex. sequelas motoras, visuais, sensibilidade ou na fala). Para a realização deste estudo o paciente deverá permanecer acordado durante a cirurgia, e proverá informações à equipe que testará sua sensibilidade e sua linguagem solicitando por exemplo que ele leia um texto, recite uma poesia, nomeie um objeto, etc.

Eletromiografia

É o registro da atividade elétrica muscular através de agulhas subdérmicas ou intramusculares. Alterações nesta atividade elétrica dos músculos estudados são indicadores indiretos de alteração na função no nervo a ele ligado. Praticamente qualquer músculo pode ser monitorizado, incluindo a face, língua, esfíncter anal, etc. A escolha dos grupos musculares que serão monitorizados depende dos tecidos neurais que estão em risco. A miografia pode ser avaliada de modo contínuo (miografia contínua ou “freerun”) ou com estimulação.

Para a miografia estimulada, é passado às mão do cirurgião um estimulador que é capaz de aplicar uma corrente elétrica muito precisa em um determinado tecido que o cirurgião quer avaliar. Caso este contenha axônios (prolongamentos dos neurônios), o impulso aplicado se propagará até o(s) músculos inervados pelos axônios estimulados, o que permite também realizar a identificação anatômica daquele tecido nervoso.
 
A EMG é geralmente utilizada nas seguintes cirurgias:
 
  • Monitorização de nervos faciais e outros nervos cranianos
  • Rizotomia dorsal seletiva
  • Liberação de medula espinhal
  • Cirurgias de coluna

Potenciais Evocados

Potenciais evocados ou resposta evocadas são sinais elétricos registrados em algum ponto do nosso sistema nervoso após a aplicação de um estímulo em um ponto distinto. Pode ser utilizado técnica de potencial evocado motor, onde estruturas nervosas com funções motoras (nervos, raízes ou o próprio cérebro) são estimulados através de corrente claculada caso a caso. 

Dependendo das respostas obtidas (respostas motoras) o cirurgião tem condições de avaliar o risco de sequelas na ressecção da estrutura analisada,podendo prosseguir, interromper ou mudar o trajeto da dissecção neurocirúrgica. O mesmo se aplica a potenciais evocados somato-sensitivos (PESS), que são registrados após a estimulação, geralmente com eletricidade, de nervos aferentes (sensitivos). Este estímulo percorre uma via específica até sua chegada ao córtex somestésico primário (área do cérebro responsável pela nossa sensibilidade). Neste caminho, se alguma lesão ocorrer nestas estruturas, os sinais poderão ser obtidos somente até o ponto de registro imediatamente abaixo do sítio de lesão, o que nos permitirá também informar ao cirurgião o ocorrido.

Potenciais auditivos de tronco cerebral (BERA) geralmente é utilizado na monitorização das cirugias de base de crânio que envolvam direta ou indiretamente o nervo acústico.  Nesses o estímulo aplicado é um “click” sonoro em um dos canais auditivos (ouvido externo). Esse estímulo é convertido em atividade elétrica na cóclea e então percorre diversas estruturas internas do nosso sistema nervoso até tornar-se consciente. Neste caminho pode-se, através de metodologia apropriada, “acompanhar” esta progressão do sinal e alertar em tempo real o cirurgião caso algum ponto deste trajeto esteja sendo agredido.

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